sábado, 5 de maio de 2012


104 ANOS DE OSCAR NIEMAYER
Impressionante a saúde do maior arquiteto da história do Brasil que criou Brasília. Estava acompanhando os noticiários da mídia nacional  e encontrei a informação de que após uma pneumonia acompanhada de desidratação, Oscar Niemeyer, de 104 anos de idade, apresenta um quadro de estabilidade. Ele está sob os cuidados do médico Fernando Gjorup do Hospital Samaritano, Moderna internacional. Foi pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado. Seuem Botafogo, zona sul do Rio. Niemeyer chegou ao hospital nesta quarta-feira, está em uma unidade intermediária de atendimento e recebe antibiótico venoso e soro. Segundo o Dr. Gjorup, o arquiteto está lúcido e respira sem ajuda de aparelhos. Para os mais jovens é importante saber que Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares, nasceu no bairro de Laranjeiras, na rua Passos Manuel, Rio de Janeiro e é considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura seus trabalhos mais conhecidos são os edifícios públicos que desenhou para a cidade de Brasília, capital da República.
Niemeyer foi profundamente marcado pela lisura na vida pública do avô, que como herança os deixou apenas a casa em que morava e cuja regalia era uma missa em casa aos domingos.

O grande arquiteto passa a sua juventude sem preocupações e na boemia, frequentando o Café Lamas, o clube do Fluminense e a Lapa. Em suas palavras: "parecia que estávamos na vida para nos divertir, que era um passeio." Casou aos 21 anos, com Anita Baldo, 18 anos, filha de imigrantes italianos da província de Pádua. "Casei por formalidade. Mais católica do que minha esposa é impossível, então não me incomodei em casar dessa forma". O casamento foi no mesmo ano da formatura no ensino médio. O casal teve somente uma filha, Anna Maria Niemeyer, que deu cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos ao arquiteto.

Desde sempre idealista, mesmo passando por dificuldades financeiras, decide trabalhar sem remuneração no escritório de Lúcio Costa e Carlos Leão. Não lhe agradava a arquitetura comercial vigente e viu no escritório de Lúcio Costa uma oportunidade para aprender e praticar uma nova arquitetura. Na política Oscar Niemeyer conheceu Luís Carlos Prestes e filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Emprestou a Prestes a casa que usava como escritório, para que este montasse o comitê do partido. Sempre foi um forte defensor de sua posição como stalinista. Durante alguns anos da ditadura militar do Brasil autoexilou-se na França. Um ministro da Aeronáutica da época diria que "lugar de arquiteto comunista é em Moscou". Visitou a União Soviética, teve encontros com diversos líderes socialistas e foi amigo de alguns deles. Em 2007 presenteou Fidel Castro com uma escultura de caráter antiamericano: uma figura mostruosa ameaçando um homem que se defende empunhando uma bandeira de Cuba.

Não me sinto importante. Arquitetura é meu jeito de expressar meus ideais: ser simples, criar um mundo igualitário para todos, olhar as pessoas com otimismo. Eu não quero nada além da felicidade geral.

Apesar do discurso comunista, da fama de ser desapegado de dinheiro e pródigo, de ter doado diversos projetos e não ter acumulado fortuna, seus projetos custam altas cifras ao Estado: em 2007, cobrou 7 milhões de reais pelo projeto da nova sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília, tendo sua empresa recebido 33,5 milhões de reais do governo federal, entre 1996 e 2008, apenas por projetos de obras em Brasília. Quem for a Brasília, pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que viu antes coisa parecida. E arquitetura é isso - invenção. Entre premiações e reconhecimentos Oscar Niemeyer coleciona 30 títulos de instituições e governos internacionais. É um verdadeiro  gênio.

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