quinta-feira, 5 de abril de 2012

PROPINA PÚBLICA ELEITORAL
Existe no País uma corrente favorável a extinção da famosa propina pública eleitoral, que passaram a chamarem-se as verbas parlamentares que os deputados federais, a seu bel prazer, distribuem ao seus currais eleitorais. São R$ 15 milhões por ano e nos quatro anos de mandato somam R$ 60 milhões. E pensando bem há fundamento suficiente para terminar com o que denomino chamar propina eleitoral. Deputado não está no Congresso para distribuir dinheiro, está, sim, para legislar, fazer leis, fiscalizar os atos do executivo, e ponto final. Distribuição de recursos através de projetos em parceria com os estados e municípios deve ser entre governos. Não tem nada a ver com deputado ou senador. As notícias de que verbas públicas disponibilizadas com fins eleitoreiros pelos deputados estão todos os dias na mídia. Basta abrir os jornais da cidade. É evidente que se eu tenho dinheiro para distribuir, vou contemplar a região ou ao município que melhor me aquinhoou com votos para me eleger. É por isto que sempre a segunda eleição fica mais fácil, a terceira é uma consequência da segunda, e o parlamentar, se for inteligente, se perpetua na Câmara ou Senado. Esta anomalia do sistema democrático tem de acabar. Ou por outra, então que os deputados estaduais e vereadores também tenham o mesmo direito.

                        SENADOR EM MAUS LENÇÓIS
Não dá mais para confiar nos nossos políticos - claro que não estou generalizando. O eleitor brasileiro de uma vez por todas tem que varrer da vida pública os maus políticos, aqueles que se elegem somente para tirar proveito para si. São verdadeiros lobos vestidos com pele de cordeiro. Quando estive em Brasília, e trabalhei na Câmara dos deputados, conheci o senador Demóstenes. Era tido e havido como um homem probo, um senador de uma integridade a toda prova. Ex-delegado de Polícia em seu estado, pertenceu aos quadros do Ministério Público e chegou a ser Secretário da Segurança em Goiás. De acordo com o noticiário da mídia nacional, utilizando-se de seu mandato o senador beneficiou o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por exploração de jogos ilegais em Goiás. As gravações feitas pela Polícia Federal divulgadas no dia 30 de março último, pelo jornal O Globo, comprovam que o senador acertou com o empresário uma ajuda em processo judicial e em projeto de legalização de jogos de azar em tramitação no Congresso. Na gravação telefônica está gravado: "Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal", diz Demóstenes a Cachoeira, que pergunta se o julgamento será rápido. "Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível", responde o senador. No dia 29 de março, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo bancário do senador e de outros investigados por suspeita de envolvimento com o empresário. A decisão do STF ocorreu após o procurador-geral da República pedir a abertura de um inquérito para investigar o senador. A situação do senador Demóstenes Torres se agravou depois que uma série de denúncias liga o senador ao empresário de jogos de azar Carlos Cachoeira. Na quinta-feira (29/3), foram divulgados novos grampos telefônicos feitos pela Polícia Federal, aumentando os indícios da relação entre ambos. As provas já divulgadas mostram que a relação entre Demóstenes e Cachoeira vai além do que o senador assume. Demóstenes não é mais do DEM. Depois de declarar que não iria solicitar seu desligamento do partido, ontem acabou se desfiliando, para não ser expulso. Ele agora tem dois caminhos a tomar: renunciar o mandato, para fugir da cassação, ou tentar convencer na Comissão de Ética que é inocente apresentando provas convincentes e se submeter a decisão do plenário quando for “espernear” para conseguir permanecer no mandato. Acho que ele não escapa da cassação. Seus opositores formam uma grande maioria.

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