CAPITAL DA AMIZADE
Outro dia me
perguntaram se sabia de onde teria surgido o cognome "Capital da
Amizade" dado a cidade de Erechim. Eu lembro perfeitamente que surgiu
espontaneamente durante as comemorações do cinquentenário de Erechim em 1968,
na gestão do prefeito Dr. Eduardo Pinto. Foi uma das festas mais bonitas do dia
do município. A Praça da Bandeira foi transformada em território de
"Nações Unidas".
Erechim é uma cidade
que concentra o maior número de famílias originárias do continente europeu,
seus descendentes construíram na praça estandes de acordo com a originalidade
de cada país. Havia a casa dos Italianos, dos poloneses, dos alemães, israelitas, franceses (representada
pela torre Eiffel em miniatura) e outras, todas
com seus restaurantes e comidas típicas. Como é até hoje, shows e
apresentações artísticas constavam do programa. Seu apresentador era Rubens
Safro, localmente conhecido como (Buja) nomeado (sem salário) relações públicas
da Prefeitura naquela época.
Pois foi em uma noite
durante a animação de um dos shows, que Buja, empolgado com a presença de
grande público, ao fazer alusão a amizade e a solidariedade que sempre existiu
entre as diferentes etnias residentes no município, usou pela primeira vez a
expressão "Capital da Amizade". Desde então, em todas as publicações
publicitárias, citações do nome de Erechim, passou-se a denominar "Capital
da Amizade". O título cai bem para a cidade, pois o seu povo que vive
harmoniosa e coletivamente, também é solidário, afetivo e hospitaleiro para com
aqueles que nos visitam.
Existe até uma lenda
que diz: quem bebe uma vez a água de Erechim, volta sempre. Há, inclusive, inúmeros exemplos de pessoas que passaram por aqui
sem maiores pretensões e acabaram retornando, casaram e constituíram família,
gente do nordeste, do centro e de outros estados brasileiros.
Como nos aproximamos da
data de 30 de abril em que se relembram tantos fatos históricos que culminaram
com a assinatura do Decreto assinado pelo presidente do Estado, Antônio Augusto
Borges de Medeiros, oficializando a criação do município de Erechim em
18.04.1918, nada mais justo que relembrar entre outros, este fato.
Outra lembrança que vale recordar é a história do Bairro das Três Vendas, o primeiro a ser criado após a emancipação. Segundo Chico Tasso, pseudônimo do Padre Benjamim Busato, Três Vendas originou-se dos dizeres pintados na parede da frente de uma velha casa de negócios, pertencente ao falecido Abrahão Litvin. Este comerciante, nos anos de 1919 a 1925 esteve estabelecido em Floresta e mudou-se para o bairro no final de 1925. a referida casa ficava nas imediações do Frigorífico Boavistense, e segundo ainda Chico Tasso, a única moradia em toda a vizinhança pertencia a Sante Carraro, pai de Estevam carraro, fundador de A Voz da Serra.
De acordo com o que
narra antônio Ducatti Neto em seu livro "Grande Erechim e Sua
História", Sante Carraro oriundo do norte da Itália é fundador do bairro
Três Vendas.
O autor lembra, ainda,
que Sante Carraro era grande admirador de Cavour, Massini e Garibaldi, quase um
Canabarro. De idéias avançadas chegava a distribuir literatura carbonara entre seus patrícios. De homem
cético após adoecer dedicou-se à religião e as causas cristãs. Cumprindo uma
promessa, ergueu por conta um oratório em terreno de sua propriedade, próximo
onde hoje está a igreja das Três Vendas e dedicou-a a Nª. Sª. da Salete. Era
nesse oratório que Sante Carraro ensinava o catecismo ás crianças. De outra
parte o progresso e desenvolvimento de Três Vendas muito se deve também aos
padres da Consolata que até um seminário construíram no progressista bairro. Sante
Carraro, portanto, foi um pioneiro a quem devem ser dedicadas homenagens
durante as comemorações nos 94 anos de Erechim.
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