CPI DE CORRUPTOS PARA INVESTIGAR
CORRUPTOS
Como você poderá dar crédito a
uma CPI se um quarto dos 32 parlamentares indicados para investigar o esquema
de exploração do jogo ilegal comandado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, instalada
nesta quarta-feira, tem problemas com a Justiça? Oito senadores e deputados que
integram a CPI respondem, no total, a oito inquéritos e cinco ações penais que
tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), a maioria originada de problemas
ocorridos na função de cargos públicos que os parlamentares já exerceram. Seis
desses oito congressistas pertencem à base aliada do governo. Os dados fazem
parte de levantamento feito no site do STF.
Os parlamentares enrolados com a Justiça são (em
ordem alfabética): Cássio Cunha Lima (PSDB-PB); Delegado Protógenes (PCdoB-SP);
Fernando Collor (PTB-AL); Jayme Campos (DEM-MT); Luiz Pitiman (PMDB-DF);
Maurício Quintella Lessa (PR-AL); Silvio Costa (PTB-PE), e Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM).
São cinco tipos diferentes de ação penal, que são
uma evolução dos inquéritos instaurados na corte, quando os ministros já
concluíram que há indícios de cometimento de crime. Campeão de processos entre
os integrantes da CPI, Jayme Campos responde a uma ação penal por crimes contra
a fé pública e a três inquéritos diferentes (crimes praticados por funcionários
públicos contra a administração em geral, crime de responsabilidade e crime
contra a Lei de Licitações). Já o ex-presidente da República Fernando Collor é
alvo de duas ações penais – corrupção passiva e peculato e crimes contra a
ordem tributária. Cássio Cunha Lima, por sua vez, responde a dois inquéritos
(fase preliminar de investigação que pode resultar ou não na abertura de ação
penal), um por crimes da Lei de Licitações e outro por crimes eleitorais.
Já o delegado licenciado da Polícia Federal
Protógenes Queiroz responde a uma ação penal por quebra de sigilo funcional e
fraude. O processo contra Protógenes refere-se a ações cometidas por ele como o
responsável pela Operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas.
Vanessa Grazziotin responde a um inquérito por crimes eleitorais. Maurício
Quintella, a um inquérito por peculato. Luiz Pitiman responde a inquérito por crimes
eleitorais, enquanto Silvio Costa responde a uma ação penal por crimes contra a
honra – o deputado foi processado pelo ex-colega Raul Jungmann (PPS-PE), em
2009, por injúria, crime de menor gravidade. Em programa de rádio veiculado
naquele ano, Silvio chamou Jungmann de corrupto, e a maioria dos ministros do
STF aceitou a abertura de ação penal.
A comissão reúne deputados e senadores com o
pretenso objetivo de investigar a relação de Carlinhos Cachoeira com políticos
como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), os governadores de Goiás,
Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e deputados
de partidos diversos, além de membros do Judiciário e do Ministério Público
goianos. Também está prevista a investigação de agentes privados. Em especial,
a construtora Delta, uma das maiores do país, e que teria relações com o
bicheiro. Outro alvo da CPMI será a “grampolândia” articulada por Cachoeira,
uma ampla rede de espionagem especialmente de políticos em Brasília e outras
cidades.
Raciocina comigo prezado leitor, se até hoje os
corruptos do mensalão andam belos e faceiros pela "ilha da fantasia"
sem serem molestados, você acredita que essa camarilha comandada por
Cachoeira e Demóstenes, mais o empresário diretor da Delta serão punidos? Essa
eu quero ver!
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