A PATRULHA DO PT
Não é de hoje
que o PT não gosta da imprensa livre. Tem tentado por diversas vezes interferir na liberdade de
expressão, mas ainda não conseguiu. Preparemo-nos, nós jornalistas, pois
com a aproximação das eleições seremos bombardeados por xiitas do PT, os únicos
seres "imaculados", onde a ética e probidade reinam sem igual. Sendo
assim quem ousar dizer o contrário será perseguido e exposto a execração
pública. Essa é a tática petista. Entre os grandes colunistas deste País, Gilberto
Dimenstein, da Folha de São Paulo, destemido, criador de muitos furos sobre as
barbaridades cometidas no governo petista acaba de noticiar que há um debate
pelo partido dos "joazinhos do passo certo", contra a revista
"Veja" que coloca em ameaça não apenas a liberdade de expressão, mas
a capacidade de investigação contra mazelas cometidas pelos governos. Segundo o
competente jornalista, estão apontando como um fato grave e um indício de
conivência criminosa o registro de ligações telefônicas entre o delinquente
Carlinhos Cachoeira e um jornalista da revista "Veja", autor de
vários furos que incomodaram o governo. Há um tom de linchamento nessa
acusação. Se todos os jornalistas investigativos fossem proibidos de conversar
com fontes de biografia suspeita para obter informações valiosas, provavelmente
não haveria descobertas de falcatruas no governo brasileiro inchado de
corruptos. Afinal, muitas vezes somos
obrigados a descer na lama para obter segredos.
Vivi em Brasília o tempo suficiente
para enxergar de perto muita podridão. E o engraçado é que eles não ficam nem corados
de vergonha e muito menos se constrangem. Naquele ambiente putrefato, há ainda
alguns que se salvam, mas são muito poucos. Quem é que não sabe que a polícia
tem fontes no submundo, e muitas vezes é obrigada a se infiltrar. Isso não a
faz necessariamente conivente com o crime. Imagine, o governo com tantos
poderes, o congresso cooptado, o STF com ministros na sua maioria nomeados. Se
calar a imprensa, resta o que ?
O grande problema da patrulha que o
PT insiste em manter contra a imprensa livre é mais ou menos parecido com a
história do monge que pretendia quebrar as tábuas de Moisés, onde se inscrevem
os 10 mandamentos, porque o tal monge não tem a fé necessária para cumprir sua
missão. O PT tem medo da liberdade de imprensa, porque está eivado de
"malfeitos", desde o mensalão, e quer sempre posar de inocente. Como
se pudesse enganar aos não-filiados! É preciso ir ao lamaçal para descobrir o
porco. O que a sociedade brasileira espera é que a Operação Monte Carlo, da
Polícia Federal, que desarticulou a máfia que explorava máquinas de
caça-níqueis no Estado de Goiás, não fique no chove-não-molha como o mensalão iniciado em 2005, através de reportagem da revista Veja sobre o esquema de
corrupção nos Correios. Alguém se lembra? Num vídeo gravado secretamente, o
chefe do departamento de contratação e administração de material dos Correios,
Maurício Marinho, relata a roubalheira generalizada. Diz que atuava em nome do
PTB e do deputado Roberto Jefferson. No fim da conversa, embolsou um maço com
R$ 3 mil, a título de adiantamento de propina. No dia seguinte Marinho foi
afastado do cargo. Vinte e quatro hora depois caiu o diretor de administração
dos Correios, Antônio Osório Batista e
seu assessor imediato. Criou-se a CPI. O governo por sua vez tentou impedir a
criação da CPI liberando R$ 12 milhões em emendas parlamentares para a base
aliada. Mesmo assim a CPI foi aprovada. No dia 6 de junho o deputado Roberto
Jefferson dá entrevista explosiva ao jornal Folha de São Paulo, na qual lança
as acusações que cresceram como uma bola de neve. Fala pela primeira vez sobre
a existência do suborno mensal de R$ 30 mil feitos a deputados da base aliada,
em especial ao PP e PL. Nomeia seu principal operador Delúbio Soares,
tesoureiro do PT. O resto você deve se lembrar.
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