MORREU MINHA CALOPSITA

Morreu nesta terça-feira, 10, de forma trágica, vítima de graves queimaduras com água fervente minha Calopsita que se chamava Dino. Foi uma morte cruel e dolorosa, muito sentida por toda nossa família. Perdi meu melhor amigo. Para mim era a mais importante espécie entre o reino das aves que conheci, pela sua inteligência e docilidade. Todas as manhãs tomava café comigo e era muito conversadeira. De manhã, se demorava para tirá-la da dispensa onde dormia, logo reclamava a altos brados: "tô brabo...tô brabo..."

Era verdadeiramente a alegria da casa. Quando o trouxe do Petshop era filhote ainda. Com cuidado, dedicação e o auxílio de minha mulher, Dino  foi logo  se aclimatando ao ambiente familiar tornando-se mais um membro da casa. Vivia mais fora da gaiola do que no seu interior; brincava, cantava e, como disse, até conversava. Ultimamente estava ensinado gritar: gooooooooool!!!  Já tinha se tornado hábito, todas ás manhãs a gaiola do Dino estar com a gente na hora do café. Sua gaiola era colocada sobre a mesa e, ele, ligeiramente, após abrir a portinhola,  subia para o patamar da sua casa. Lá aguardava enquanto a água era aquecida em um bule elétrico para depois despejar sobre o recipiente com o pó de café. Pois, nesta trágica manhã de terça-feira, Dino, que nunca havia tido um comportamento semelhante, resolveu alçar vôo caindo sobre a cafeteira com água fervente. Instintivamente, minha mulher arriscando a queimar-se também, apanhou-o rapidamente colocando-o debaixo da torneira de água fria. Foi o que deu para fazer naquele momento de pânico e desespero. A partir daí  começou a preocupação com as consequências do lamentável acidente e com os cuidados que deveria-mos tomar. Um biólogo foi consultado e seus conselhos foram seguidos a risca na tentativa de salvá-lo, inclusive ministrando o tratamento prescrito. Como pássaro não se comunica, não tínhamos a noção da gravidade do problema. Aplicamos  antibiótico, foi usada pomada anticéptica, tomou vitamina, enfim, fizemos tudo o que era possível e necessário para restabelecer o Dino. Durante o transcurso da semana do seu vôo fatídico, Dino recebeu, portanto, todos os cuidados indispensáveis, mas ele não resistiu. E ás 14h desta terça-feira veio a falecer. A comoção provocada pela sua morte foi instantânea. Quando se ama os animais de estimação, como de fato amei o meu Dino, o sentimento falou mais alto, e ás lágrimas rolaram a nossa face. As calopsitas são originárias da Austrália. A esta família temos também os papagaios e periquitos, para citar apenas os mais conhecidos. É um pássaro de enorme popularidade, sendo hoje um dos mais criados no mundo. É o pássaro perfeito e o mais indicado para quem quer uma relação mais íntima com uma ave. São divertidos e leais. Como não poderia deixar de ser, dei ao Dino, que tantas alegrias me proporcionou ao tempo em que conviveu conosco, um funeral digno. Foi sepultado ao pé de uma árvore em frente a minha casa  para que ele tenha sombra no verão e proteção da chuva e o frio do inverno que se aproxima.

Adeus Dino!!!!

E a notícia mais importante da semana foi o debate e a aprovação pelo STF, por 8 votos a favor e 2 contrários, que a interrupção de gravidez no caso de fetos com anencefalia comprovada não é crime. Os votos contrários foram proferidos pelos ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso. O ministro Dias Toffoli não votou por ter se considerado impedido, já que se manifestou sobre a ação enquanto advogado-geral da União. Último a votar, o ministro Cezar Peluso defendeu que o feto anencéfalo tem vida intra e extra-uterina, mesmo que dure apenas alguns segundos ou dias. Para Peluso, este foi o julgamento mais importante da história do tribunal. Isso porque "tentou definir o alcance constitucional do conceito de vida e de sua tutela normativa".