segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ESSE TAL DE SAMU É OU NÃO UM DISPARATE?
A TV-Alto Uruguai mostrou no Jornal do Almoço desta segunda-feira, cenas do acidente em que foram protagonistas um veículo Fiat Uno e uma moto, no asfalto da rodovia RST-480 que liga Erechim a Barão de Cotegipe. O choque entre os dois veículos foi frontal por volta de 14h.
A moto ficou completamente destruída. Do acidente resultou ferimentos graves no motoqueiro, que está hospitalizado no Hospital Santa Terezinha, e a morte da bonita jovem de apenas 19 anos, Taís Veronese.
A Polícia Rodoviária que atendeu a ocorrência constatou através do exame do bafômetro que o condutor do Uno estaria com sinais de álcool acima do permitido no sangue.
Como o motorista foi enquadrado pelo Delegado de Polícia na condição de autor de crime doloso, portanto, inafiançável, depois de prestar depoimento foi levado ao presídio estadual.
Até aqui o relato do fato.
A grande polêmica que se estabelece depois de mais um acidente com morte é a demora do atendimento por parte do serviço de urgência, ou socorro, pelo SAMU. Não é a primeira vez que vozes se levantam contra esse serviço, que não pode ser com fundido com o que é prestado pelo Corpo de Bombeiros. A testemunha Valdir Silva, disse ao repórter da televisão que o SAMU teria demorado cerca de meia hora para se deslocar até o lugar da ocorrência, e que a jovem antes de expirar apelava por socorro. Outra pessoa (Paulo F.Rosa) foi mais longe, afirmou que “ligamos para todos os serviços de emergência da cidade, mas o socorro demorou”.
A serem verdadeiros os fatos relatados pelas testemunhas, não há como deixar de recriminar a demora no atendimento ás vítimas, por mais que queira justificar o setor responsável pela movimentação da(s) ambulância(s) do SAMU.
As testemunhas afirmaram, inclusive, que passaram cerca 30 minutos telefonando pedindo socorro; o SAMU diz que nos seus registros de chamadas não levou mais que 5 minutos para chegar ao acidente. E aí se estabelece o famoso jogo pingue-pongue: ás testemunhas declaram que a ambulância demorou 30 minutos; a controladoria do serviço, alega ter ocorrido problemas com a o sistema telefônico, e enquanto isto uma jovem morreu no asfalto esperando por socorro que, tivesse sido mais ágil, poderia tê-la salvado. Não sei! Quem terá que explicar a causa mórtis da jovem é o exame de necropsia. O perito certamente dirá se o violento impacto ocasionou hemorragia interna, se houve dilaceração de órgãos etc., para que fique comprovado o tempo que uma pessoa nas condições em que se encontrava poderia ou não sobreviver, mesmo que tivesse chegado em menos tempo da ambulância do SAMU.
De outra parte, alguém me assoprou ao ouvido que as causas de atraso no atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em casos idênticos de extrema urgência teriam como responsável a centralização do serviço de atendimento, cuja base é Porto Alegre. Simplificando a explicação: se o leitor necessita do SAMU, onde houver situações risco de vida iminente: urgências clínicas agudas (parada cárdio-respiratória, dificuldade respiratória severa, convulsões, etc); urgências traumáticas (atropelamentos, acidentes de trânsito, quedas, queimaduras graves, afogamentos, agressões por armas de fogo ou brancas, choques elétricos, e outras, deve ligar para o número 192 – Gratuito atendimento 24 horas, com gravação completa das conversações.
Uma telefonista Auxiliar de Regulação Médica acolhe a solicitação e registra: nome do solicitante, telefone, endereço, pontos de referência, nome do paciente, sexo, idade, queixa, fator causador. A ligação é transferida ao médico regulador. Aí o Médico Regulador presume a gravidade da situação, a partir das informações dadas pelo solicitante. Importante responder com objetividade as perguntas feitas pelo Médico, como por exemplo: respira? Está consciente? Tem ferimentos visíveis? Só depois é que o Médico Regulador decide pelo envio do recurso (Ambulância de Suporte Básico ou Avançado – UTI), se for necessário o atendimento do SAMU no local, considerando necessidade e ofertas disponíveis, dentro do território de abrangência da ocorrência. Em situações não caracterizadas como risco iminente de vida, o médico orienta outras medidas a serem efetuadas pelo solicitante. Feitos todos estes procedimentos a ambulância é liberada.
Agora me responda: é ou não é um disparate esse serviço?

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