segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A PRONÚCIA DO “R” E “RR”
Não se trata de preconceito linguistico e nenhuma crítica aqueles que têm dificuldades de pronúncia, ou falam de forma diferente do normal, acentuando dois “rr” quando se exige apenas um, e, ao contrário, quanto a pronunciação é mais leve, carrega-se, como por exemplo: escritórrio, porrisso, frróta,  etc.
A língua portuguesa é um traço cultural comum a todos que falam, e muitas pessoas às vezes pronunciam certas palavras e acabam trocando um “r” por o dois “rr” como demonstramos acima. Nos encontros consonantais têm levado a muitos acharem que essas pessoas não tem instrução escolar nenhuma ou mesmo, são pessoas com “atraso mental”. Claro que esse tipo de pensamento não deve ser aceito. Cientificamente esse vício fonético eu diria,  não é sinônimo de atraso mental e sim um fenômeno que até mesmo contribuiu para a formação da língua portuguesa padrão. Trata-se de pessoas que falam na verdade uma variedade não-padrão. São aqueles que, repetindo,  colocam dois “rr” quando a pronúncia é de um só, ou vice-versa, ou, ainda, “ão” no lugar do “om”. Tem gente que diz “são” ao em vez de “som”; caroça em lugar de carroça. O "r" brando (que é pronunciado através da vibração da ponta da língua atrás dos dentes incisivos superiores) em muitos dos casos costuma ser omitido ou pronunciado guturalmente (como se fosse um francês ou um alemão falando português).
Os fonoaudiólogos chamam esta anormalidade de dislalia, ou seja, é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro, ou ainda distorcendo-os ordenadamente. Os sintomas da dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação dos fonemas. Embora soe mal a nossos ouvidos, essa pronúncia deve ser aceita como uma fala não-padrão.  E isto se observa mais nas pessoas de origem italiana, interiorana.
E o famoso “talibitati”, então?
É outro defeito fonético que na maioria das vezes os pais das crianças – principalmente pequenas - não se dão conta e o filho acaba adquirindo o hábito de falar errado.
Sabe-se que por volta dos dois anos, a criança tem um vocabulário próprio. Água, por exemplo, pode ser "agu"; e colo, às vezes, é "tóio". Esse jeito de falar encanta os adultos, que, muitas vezes, repetem o que a criança diz do modo como ela fala. Isso provoca uma conversa tatibitate, prejudicial à criança. Se seu filho diz "telo bintá" e você entende que ele quer dizer "quero brincar", ótimo: você está se comunicando. Mas, ao repetir "bintá" em lugar de dizer "brincar", estará diminuindo a oportunidade de seu filho aprender a falar corretamente. Chamando o cachorro de "catolo", você não vai ajudá-lo na comunicação com outras pessoas.
Volto a citar o caso da maioria das pessoas criadas em ambientes interioranos e de origem italiana. É o mesmo caso citado acima: o exemplo vem de casa, do seio da família.
Me contaram esta e achei fenomenal: Certa vez em uma festa de interior, os festeiros organizaram uma rifa de um peru.  Vendidos todos os números, o líder da comunidade foi ao microfone e fez o seguinte anúncio para chamar a atenção dos presentes: “Atençóm... atençóm! Dentro de pocos momentos vai corê a (pronúncia branda) rifa do (pronúncia acentuada) perrrrrú.
Se você solicitar para um descendente de italiano a leitura da frase, “o rato roeu a roupa do rei de Roma e de raiva a rainha rasgou o resto”, ele vai dizer todas as palavras pronunciando o “r” de forma branda. E isto é um defeito lingüístico que precisa ser corrigido para não ser vítima de chacota quando se dirigir  a uma platéia – por exemplo – ou conceder uma entrevista a uma emissora de rádio e TV. Fiz este comentário não no sentido de criticar, mas com o propósito de chamar a atenção de quem possui este defeito e não se dá conta. Os fonoaudiólogos existem para auxiliar estas pessoas.

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