sábado, 5 de novembro de 2011

O FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
Uma das piores medidas contra os aposentados e pensionistas deste país de iniciativa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foi o desprezível Fator Previdenciário.
Fui assistir na sexta-feira à noite, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, a convite do vereador Basso, a palestra do senador Paulo Paim sobre este tema e outros de interesse dos trabalhadores e aposentados.
A quadra poliesportiva do Sindicato recebeu bom público, que contou também com a presença do prefeito Paulo Polis, lideranças sindicais e estudantes.
O senador gaúcho mais uma vez foi enfático ao afirmar que não medirá esforços para que “essa injustiça contra o trabalhador e o aposentado brasileiro tenha fim”. Disse que no Senado conseguiu aprovar o Projeto, que é de sua autoria, por unanimidade. Cabe agora à Câmara dos Deputados analisar e votar.
Concitou ás lideranças dos trabalhadores e aposentados a que pressionem os deputados da situação e da oposição, para que votem favoravelmente pelo fim do Fator Previdenciário, “a maior injustiça cometida contra toda a classe trabalhadora deste país”.
O senador revelou um dado que deixou a platéia estarrecida: dos 26 milhões de aposentados, cerca de 16 milhões ganham um salário mínimo, e que o Fator Previdenciário se não for eliminado, ao longo de aproximadamente dez anos fará com que todos estejam ganhando um salário mínimo. “É uma tremenda injustiça!” disse.
Se de um lado o precito Fator Previdenciário foi, e continua sendo, uma tragédia para o trabalhador aposentado, de outro, segundo o senador Paim, o projeto que ele está elaborando virá compensar a herança maldita deixada por FHC.
Basicamente o projeto corrige as distorções que se originaram após a Constituição de 1988 que modificou – também de forma injusta – o cálculo das aposentadorias.
Lembrou que antes de 88, o trabalhador se aposentava por importâncias calculadas em números de salários mínimos, e descontava para a Previdência sobre aqueles valores. Outro projeto do senador é quanto ao reajuste anual. Ele luta também pela isonomia, ou seja, se o salário mínimo aumentar 15%, que o mesmo percentual seja concedido aos aposentados e pensionistas.
Ao final, o senador gaúcho do PT autografou seu primeiro livro de memórias que tem o título de “O Rufar dos Tambores”. A obra é baseada em reminiscências, pronunciamentos, depoimentos, artigos, notícias, cartas e entrevistas. A linha do tempo inicia em 1954 e vai até 2002. O livro fala também um pouco da sua infância, juventude e militâncias estudantil e sindical. Também discorre sobre homens públicos que foram fundamentais na sua formação pessoal e política.
O fecho final é o texto “Assim Eu Creio” onde ele diz o seguinte:
“Confesso que de uns anos para cá venho sofrendo como os poetas que morrem cedo. Sei que vocês devem estar se perguntando: Mas, por quê?
Durante toda a minha existência fui embalado pelos sons das ruas, dos portões das fábricas, dos colégios, dos campos, das paradas de ônibus, das florestas, das cascatas, pelo lamento dos oprimidos e discriminados, do povo inquieto a tocar seus tambores e a exigir um país melhor para todos.
Será que estou perdendo a condição de entender o presente? Ou será que o coletivo inconsciente da indignação se esfumaçou pelos tempos?
Onde está a batida dos tambores que outrora escutávamos a exigir o fim da ditadura, as Diretas Já, a cassação de corruptos, a reforma agrária, os direitos da cidadania, mais empregos, um salário-mínimo descente, a valorização dos benefícios dos aposentados e pensionistas...
A grande virtude do homem público é a fidelidade para com a sua história, mas, sendo assim, o que dizer daqueles que a aviltam? Que a corrompem? Que a esmagam? Que a esquecem? Que a assaltam? Serão eles saqueadores da dignidade de toda uma Nação?
Fico ao lado dos meus: se tiver de começar tudo outra vez, faço com a mesma paixão. A minha mensagem é a minha vida... embalada caudalosamente pelo rufar dos tambores.”

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