quarta-feira, 29 de junho de 2011

VINHO DÁ CÂNCER!?
Volta e meia a mídia divulga notícias que o óleo de soja provoca câncer; que a carne animal com gordura, principalmente a suína, também contribui para essa doença; que o chocolate, não sei o quê, também  faz mal; que o uso de banha é contra-indiciada para alimentação humana causando danos á saúde, e assim por diante.
Agora, uma recente pesquisa vem de ser divulgada dizendo que consumindo diariamente meia taça de vinho por dia aumenta risco de câncer de mama. O estudo é da Universidade de Oxford conduzido por um dos principais médicos britânicos da área, Ian Gilmore. Ele afirma em entrevista ao jornal Daily Mail que 10 gramas de álcool diários aumentam em 10% o risco de câncer nas mulheres.
A pesquisa foi realizada com mais de 1 milhão de mulheres e revela que a bebida alcoólica altera os níveis hormonais, podendo causar uma elevação da quantidade de células cancerígenas no organismo.
Será que dá para acreditar nessa pesquisa?
E os médicos que defendem que o vinho é bom para as coronárias, evita o enfarte etc., como ficam diante do que diz a pesquisa do Dr. Ian Gilmore?
O vinho, pelo visto, logo será vendido nas farmácias, com prescrição médica. Acumulam-se as evidências de que, consumido de modo sistemático e, certamente, em porções moderadas, ele contribui de forma significativa para manter sadias as coronárias, retardar o envelhecimento e prevenir algumas doenças típicas das idades mais avançadas, como Parkinson e Alzheimer. Mas, como então dizer-se que tomar meia taça de vinho por dia dá câncer de mama?
A comprovação, agora, é dada por cientistas da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. O professor Dana King, chefe da equipe, se disse surpreso com os resultados. A pesquisa envolveu 7,5 mil pessoas. “O risco de desenvolver doenças cardíacas diminuiu em 38% entre os que passaram a consumir vinho nas doses recomendadas” - assegurou o médico.Vários grupos foram formados. Uns tomavam vinho, outros destilados. Havia os que não bebiam rigorosamente nada, os que malhavam em academias, os das diferentes dietas alimentares, os que acumulavam duas ou mais dessas atividades. Exames regulares de saúde monitoraram os participantes, individualmente, durante os quatro anos em que se estendeu o programa. O maior benefício registrado no teste foi para os que elegeram o vinho, disseram os pesquisadores em artigo no American Medical Journal.
Na verdade, os vinhos, especialmente tintos, possuem propriedades especiais. O resveratrol, substância existente na casca da uva, estimula a produção do bom colesterol, o HDL, contribuindo para eliminar as placas gordurosas que, ao aderirem nas paredes das artérias, causam enfartes e derrames. E há, ainda, flavonóides como a quercitina e a luteonina, com ação antioxidante que combate os radicais livres responsáveis pelas doenças do envelhecimento.
Aprofundei minha pesquisa e encontrei um depoimento do professor Dana King. Ele é categórico ao afirmar que, apesar do álcool não ser uma panacéia para a boa saúde, é impossível negar os benefícios que o consumo moderado proporciona. “Nenhum dos participantes ingeriu qualquer bebida alcoólica no início do estudo, mas os grupos que passaram a consumi-la em quantidades controladas tiveram substancial redução no risco de doenças coronarianas, na comparação com os abstêmios”.  Essa redução foi maior entre os que conjugaram sua dose diária com a prática constante de exercícios físicos. O cientista adverte, entretanto, que os abstêmios precisam avaliar, com cuidado, uma alteração de hábito. E quem possui problemas hepáticos deve, definitivamente, afastar a idéia do consumo sistemático de vinho ou outra bebida alcoólica. A Universidade da Carolina do Sul ratificou uma constatação feita já na década passada, celebrizada na época como “o paradoxo francês”. Indagava-se, então, o motivo pelo qual as pessoas na França, adeptas de uma culinária farta em pratos calóricos e com um dos maiores índices per capita de consumo de vinho, não mostram tendência à obesidade e são extremamente longevas. O diferencial constatou-se, foram às propriedades benéficas da bebida, somadas ao caráter saudável da dieta mediterrânea. A palavra chave, de qualquer forma, é moderação. Qual o limite? Um copo com 120 ml de vinho ao dia para mulheres, dois para homens. Crianças, lactentes e motoristas, nem pensar.

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