domingo, 11 de maio de 2014

LEITE ADULTERADO

Eu sou do tempo em que o leite era entregue em casa pelo próprio produtor em lombo de cavalo acondicionado em litros brancos com tampa de sabugo de milho e não fazia mal a ninguém. A manteiga era uma loucura. Em vez de embalada em caixinhas higienizadas como hoje, era envolta em palha de milho. E nunca ouvi falar que alguém fosse causa de intoxicação ou alergia. O leite depois de fervido criava uma crosta de nata que a gente aproveitava para passar no pão com mel. Era gostoso demais! Eu mesmo fiz isso centenas de vezes. Depois que o leite passou a ser industrializado começaram os problemas, tudo por conta da ganância das indústrias e do lucro fácil.
A saúde da população que se dane. Um internauta postou em sua página no facebook e me enviou a seguinte sugestão: "A melhor punição ás indústrias é à população não comprar mais a marca adulterada. E durante o tempo em que os diretores dessas empresas permanecerem detidos, fazê-los consumir o seu próprio leite com soda, ureia, formol e outras substâncias". Sabe que seria uma boa? O que essas indústrias estão fazendo com a população consumidora de leite é envenenamento coletivo e isso tem que ser reprimido e os responsáveis colocados na cadeia.
Outro assunto. O município de Faxinalzinho, não muito distante de Erechim,  vive momentos de grande tensão, depois de uma longa convivência pacífica com os índios Caigangues da aldeia Kandóia. A desarmonia começou por conflito de demarcação de terras que os indígenas afirmam lhes pertencerem. No desentendimento dois agricultores acabaram sendo criminosamente mortos pelos índios.

Ao todo, estão em jogo 2.734 hectares em Faxinalzinho. O conflito envolve quase 200 famílias de indígenas e 140 de agricultores, de acordo com dados da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. Pelo crime dos agricultores, cinco indígenas acabaram presos pela Polícia Federal. Entre os detidos está o cacique Deoclides de Paula. Para resolver o problema o governo tem apenas duas alternativas: compensação ou reassentamento. Como a Constituição Federal veda indenização, os títulos existentes nas mãos dos agricultores em áreas consideradas indígenas são nulos. Como resolver esse impasse? Como fica, por exemplo, a situação dos que investiram nas propriedades com a construção de cercas, casas, galpões, depósitos etc? O momento é de expectativa para saber como o governo vai descascar o abacaxi. O representante do Ministério da Justiça que esteve na região, Marcelo Veiga, conseguiu que líderes dos agricultores e indígenas se encontrem em Brasília dia 22 para, em uma mesa de diálogo, com o ministro José Cardoso, encontrar uma saída para o impasse. Uma das mudanças que o governo deveria consolidar é não permitir mais o índio arrendar suas terras. Isso obrigaria o índio a trabalhar e produzir e não deixaria cair n a ociosidade  levando-o a viração. É nesta hora que deveria entrar a Funai. Só que a Funai não promove a educação básica aos índios, não demarca terras, não assegura e protege as terras por eles tradicionalmente ocupadas, não estimula o desenvolvimento de estudos e levantamentos sobre os grupos indígenas. É um órgão preguiçoso e omisso nas questões em que deveria atuar. A Fundação tem, ainda, a responsabilidade, mas não faz, de defender as comunidades indígenas; de despertar o interesse da sociedade pelos índios e suas causas; e de gerir o seu patrimônio e fiscalizar suas terras, impedindo ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem um risco à vida e à preservação desses povos. A Funai que deveria ser tutora dos índios, para poder levar até eles, o mínimo necessário para seu conforto, não faz absolutamente nada. É hora do governo tomar uma atitude, ou determina uma maior ação da Funai ou acaba com esse órgão omisso e inoperante. De outra parte, o governo também tem que entender o lado dos agricultores possuidores de título de propriedade há mais 80 anos e vivem nessas terras. Não podem, a toque de caixa, entregar tudo de mão beijada.

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