terça-feira, 13 de maio de 2014

A PROPOSTA DO PV

O PV - Partido Verde - um dos pequenos partidos que tem representação no Congresso Nacional acaba de lançar seu pré-candidato à Presidência da República com  propostas polêmicas. Uma delas é a descriminalização do aborto e da maconha, incluindo a reforma política com mudança do regime, extinção do Senado, redução em um quarto no número de deputados e a troca do atual sistema presidencialista pelo parlamentarista. A proposta, segundo seus líderes, certamente é a que mais se adaptaria a atual conjuntura nacional, regime segundo o qual, não consegue estancar o crescimento da corrupção e roubalheira constante dos cofres públicos. Se a proposta passar na convenção marcada para este mês de abril vai incomodar muitos políticos. É seu autor Eduardo Jorge, que já foi deputado estadual e federal pelo PT em São Paulo, secretário da Saúde na capital paulista nas gestões de Luiza Erundina e Marta Suplicy; secretário de Meio Ambiente nos governos de José Serra e Gilberto Kassab.  “Queremos a legalização do aborto, estabelecendo regras e limites de idade gestacional numa lei, mas que permita à mulher e seu companheiro seguirem este caminho com segurança”, diz trecho do texto.
Drogas
O texto também é explícito ao defender a legalização da maconha como forma de coibir o narcotráfico e o crime organizado. “As outras drogas mais pesadas devem ter estratégias a ser implementadas na sequência”, afirma o documento. A proposta de Eduardo Jorge destaca que a política de repressão à droga tem causado efeito contrário aos seus objetivos. “O consumo não caiu, e, pior, construiu indiretamente uma economia do crime poderosa, violenta, opressiva. O tráfico da maconha é um dos principais pilares desta economia criminosa no Brasil e no mundo. Como ela é uma droga cujos malefícios são equivalentes aos das drogas chamadas legais, como fumo/tabaco e álcool, é por ela que devemos começar com segurança nossa estratégia de confrontar a economia do crime e da violência. Para nós, a educação e a assistência à saúde são mais eficientes do que a repressão policial”, afirma.
Reforma política
No capítulo dedicado à reforma política, o PV defende nova consulta popular sobre o sistema de governo, para que o país adote o parlamentarismo;. Apoia a extinção do Senado e a redução, dos atuais 513 para 411, o número de deputados federais. Cada bancada estadual perderia 25% de seus representantes. O mesmo corte seria feito nas assembleias legislativas. O número de ministérios seria reduzido dos atuais 39 para 14. Esta é a reforma decisiva para ampliar a democracia no Brasil e reformar profundamente o próprio parlamento, afirma Eduardo Jorge. O texto também estabelece um limite de 20 salários mínimos como remuneração dos parlamentares estaduais e federais, o fim das verbas de gabinete, das emendas individuais ao orçamento e das frotas de carros oficiais..
Propõe, ainda, o aumento no número de vereadores. Em São Paulo, em vez dos atuais 55 vereadores, o número de representantes municipais passaria para 5.500, entre vereadores. Remuneração, só em casos excepcionais, como ajuda de custo, ressalta o texto.
Economia

Apoia a substituição dos impostos federais por um imposto único, baseado na movimentação financeira. O documento também prega mudança de foco na relação do governo com a agricultura: a prioridade seria dada à agricultura familiar, dos pequenos e médios produtores, sem utilização de agrotóxicos. Entre os dez pontos destacados no documento estão o desenvolvimento sustentável, a reforma política, a rediscussão do atual modelo federativo, a economia verde, a energia, a Previdência Social, saúde, educação, o combate à desigualdade e à miséria. Esse é o esqueleto do que vai ser feito, é a iniciativa democrática que vem antes de qualquer campanha. Eduardo Jorge nasceu em Salvador, é médico sanitarista. Que tal?

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