quinta-feira, 1 de maio de 2014

COMEU E VIROU O COCHO

Lula em entrevista a uma emissora de TV portuguesa disse que Dirceu e Genoino não eram pessoas de sua confiança.
O ex-presidente parece ser adepto da máxima "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. A entrevista foi divulgada  domingo, 27, no site da emissora. Nela, Lula desqualificou o trabalho do Supremo Tribunal Federal e afirmou que as condenações do julgamento do mensalão foram, em sua maioria, políticas e não jurídicas.
"O que eu acho é que não houve mensalão. Eu também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade", afirmou o ex-presidente.
Àquilo que Lula "acha" se contrapõem as provas das 5 000 páginas dos autos do mensalão. São documentos, perícias e testemunhos que demonstram que em seu governo instituiu-se um grande esquema de compra de apoio parlamentar.
O ex-presidente, aliás, tratou de se dissociar, de maneira desleal, dos mensaleiros que o ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores, nos anos 1980, e a conquistar o mais alto posto da República, em 2002. Ele afirmou que embora haja "companheiros do PT presos, não se trata de gente da sua confiança".
Um desses companheiros é José Dirceu, que chefiou a primeira campanha eleitoral de Lula e depois, no primeiro ano de seu mandato, exerceu o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Outro companheiro é José Genoíno, igualmente fundador do PT. Ele ocupou a presidência do partido entre 2002 e 2005.
Por falar em Lula, lembro quando ele foi candidato à presidência e passou por Erechim. O comício foi nas escadarias da prefeitura. Reuniu muita gente. Na época desempenhava a chefia de gabinete do prefeito e recebi a incumbência de abrir ás portas do prédio, caso houvesse necessidade. E houve.
Enquanto Lula falava, circulava por entre o povo um saco que servia de repositório para ajuda financeira a sua campanha. Para não sair por entre o povo, o candidato entrou no prédio e saiu pelos fundos, onde aguardava-o um carro com seus seguranças e membros de sua comitiva. Foi quando presenciei a entrega do saco. Estava cheio de dinheiro, contribuição de seus correligionários para auxiliar nas despesas de sua campanha.
Nunca tinha visto coisa igual: dinheiro em saco.
Enquanto isto, o companheiro José Genuíno, com a desculpa de que sofre de problemas cardíacos, tenta convencer a Justiça para ganhar regalias. Mas não levou.
Médicos da Universidade de Brasília (UnB) que examinaram o ex-deputado no dia 12 de abril concluíram que o seu quadro clínico está "plenamente estabilizado" e não há gravidade. O laudo foi pedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que decidiu pelo retorno de Genuíno à cadeia para continuar cumprindo a pena imposta pela Suprema Corte em vez de ficar em casa. Os médicos concluíram que em bases estritamente objetivas e definidas, não há no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando o acompanhamento e tratamento do paciente em apreço. De acordo com eles, durante o exame, Genoino estava em "pleno gozo das suas faculdades mentais", "em ótimo aspecto físico" e caminhando normalmente sem restrições. Condenado ao cumprimento em regime semiaberto à 4 anos e 8 meses por corrupção ativa, Genoino foi submetido a uma cirurgia para correção da artéria aorta em julho do ano passado. Preso em 15 de novembro, o ex-deputado ficou menos de uma semana no complexo penitenciário da Papuda, tendo sido transferido para um hospital depois de ter reclamado de problemas cardíacos e, em seguida foi para a prisão domiciliar. Agora terá que retornar para trás das grades.

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