domingo, 25 de maio de 2014

A DECISÃO QUE CAUSOU PROTESTO

A soltura dos envolvidos  na  Operação Lava Jato, por uma determinação do ministro Teorí Zavascki do STF, está causando a maior discussão no país. Abominando a atitude, claro, mesmo que tenha sido de ordem legal.
Até prova em contrário, ladrão tem que ficar na cadeia. Acho que não foi uma boa decisão, mesmo que para o mais esclarecido é fácil entender que a decisão tenha sido juridicamente válida, mas para o leigo fica muito difícil convencê-lo de que o ministro agiu eticamente certo. Bem ao contrário do que ocorreu no Rio Grande do Sul no caso do escândalo do Detran/RS.
A Justiça Federal de Santa Maria condenou 29 réus da Operação Rodin, que investigou uma fraude nos contratos firmados entre duas fundações da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2007. As penas para os réus variam entre dois e 38 anos de prisão, além de multa.
Todos os condenados foram responsabilizados, solidariamente, pela devolução ao órgão de trânsito da quantia de R$ 90.625.575,96, montante mínimo do dano causado ao erário público, em valores atualizados.
A ex-governadora Yeda Crussius e o deputado federal José Otávio Germano ficaram de fora. Com tal decisão a Justiça gaúcha demonstra ao país que aqui não há impunidade.
Mas, vamos tentar explicar, sem ser versado no direito, o que aconteceu que as pessoas envolvidas no caso Lava Jato, depois de presas por crime  de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, foram soltas.
Na quebra do esquema criminal onde estão envolvidos o doleiro Youssef, e os deputados André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (Solidariedade-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) houve acuidade e sutileza da defesa do ex-diretor da Petrobras,  Paulo Roberto Costa,  que questionou ao Supremo Tribunal Federal se, em razão do envolvimento de deputados no caso a Justiça Federal do Paraná, tinha competência para determinar a prisão dele e tomar decisões no processo.
Como se sabe, deputados federais só podem ser investigados no âmbito do STF. Essa foi a mancada do Juiz do Paraná. Em face disso o ministro afirmou que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso no Paraná, deveria ter remetido o processo ao STF assim que surgiram os primeiros indícios do envolvimento de deputados federais com o suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas – por ter prerrogativa de foro.
Dai porque Zavascki decidiu suspender os processos e os mandados de prisão por entender que pode ter havido "ilegalidade" nos atos do Juiz do Paraná.
Na decisão, o ministro Zavascki diz que o Supremo decidirá posteriormente sobre a legalidade dos atos assinados pelo juiz Sérgio Moro. É de se deferir a liminar, até para que a Suprema Corte, tendo a sua disposição o inteiro teor das investigações promovidas, possa, no exercício de sua competência constitucional, decidir com maior segurança acerca do cabimento ou não de seu desmembramento, bem como da legitimidade ou não dos atos até agora praticados. O esquema Lava Jato teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Isto foi o que aconteceu. Mas, o povão não entende isso.

Por oportuno, vale noticiar os resultados da visita do  Papa Francisco ao Oriente. Não poderiam ser melhores. O presidente palestino, Mahmud Abbas, irá no dia 6 de junho ao Vaticano  atendendo ao convite do Papa feito neste domingo ao presidente palestino e ao chefe de Estado israelense, Shimon Peres. Francisco  fez o convite após uma missa em Belém, na Cisjordânia, durante sua visita de três dias à Terra Santa.
Questionado sobre o convite, uma porta-voz de Peres disse em Jerusalém que o presidente israelense "sempre aceita qualquer tipo de iniciativa para promover a paz". Ambos os presidentes rezarão com o Papa no Vaticano. Isto é um bom início para a paz no Oriente Médio.

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