Quando a população se une ficam mais
fáceis as conquistas. Aliás, em tudo é assim. Se você pede com delicadeza, como
diz o meu amigo Tibério, nos conformes, não sai, demora e fica por isso mesmo.
Aí vem a revolta e chega ao estresse. Não é o caso, por exemplo, da população
de Ponte Preta. Há cerca de um mês movimentou
a comunidade em ato de protesto contra o descaso do DAER, por não conservar o
acesso que liga a cidade a Barão de Cortegipe, cujas obras estavam paradas após
a colocação de camada asfáltica em um trecho de quatro quilômetros. Para que o
clamor da comunidade fosse ouvido, foi necessário bloquear a BR-480 para exigir
o término da pavimentação numa extensão de 13 quilômetros. De acordo com o
engenheiro, Luiz Fernando de Souza, superintendente regional do DAER em
Erechim, nessa primeira etapa será feito, ou está sendo feito, trabalho de
tapa-buracos, posteriormente haverá a conclusão da pavimentação. Não foi
estabelecido prazo. Não é só o acesso de Ponte Preta que se encontra em
péssimas condições de trafegabilidade, são mais 12 municípios da região que
passam pelo mesmo problema. Ainda sobre estrada. Eu viajo todos os meses no
trecho Erechim/Porto Alegre, Porto Alegre/Erechim. Não há como não perceber a
falta de conservação das nossas rodovias. Os trechos onde o asfalto pode ser
considerado bom, o mato rasteiro toma
conta dos acostamentos, a sinalização tanto vertical como horizontal inexiste em muitos pontos, sem contar com os
problemas que já aparecem na recém rodovia do Parque. A moderna rodovia que foi
construída para aliviar o movimento da BR-116 e recentemente inaugurada com grandes comemorações, está apresentando
problemas de ondulação na malha asfáltica. Até na bonita ponte, técnicos
tiveram que fazer inspeção para solucionar transtornos obrigando a utilização
de apenas uma das pistas. Como estamos em ano eleitoral tudo tem que ser feito
com certa pressa para atrair a atenção do eleitor. Por exemplo: já começaram os
movimentos pelo asfaltamento da BR-153, trecho Erechim/Passo Fundo. Novas
reuniões, formação de comissões, viagens á Brasília, prefeitos e deputados se
unindo por uma causa comum em benefício da região etc. Outra questão que os
políticos levantarão nos próximos dias será a ferrovia Norte-Sul. Mais
promessas, pressão sobre o governo, mais reuniões, visitas de políticos,
entrevistas em rádios e jornais. A inauguração da transposição do Rio Gravo até
a barragem da Corsan, para abastecer a população sem problema de racionamento
no verão terá inda, no mínimo, mais duas inaugurações. Aliás, eu nunca vi
inaugurar obra inconclusa.
O ex-prefeito de Caxias do Sul Ivo
Sartori será o candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul. O resultado
de sua vitória sobre Paulo Ziulkoski já era esperado. Sartori teve mais de 70%
dos votos, na pré-convenção realizada sábado em Porto Alegre. O discurso do
senador Pedro Simom foi meio indigesto. Foi inoportuno e impensado. Mas,
convenhamos, devemos dar-lhe o desconto pela sua idade. Fez um discurso repleto de críticas aos adversários nas
eleições de outubro e disparou contra a imprensa, em resposta às reportagens
sobre o uso de plano de saúde por parte dos senadores e mais uma vez tergiversou,
ou seja , não foi incisório sobre a possibilidade de concorrer à reeleição e
disse que está à disposição do partido. Está em cima do muro. Enquanto isto
prejudica seu companheiro, o ex-governador Germano Rigotto, seu substituto
natural. Também de forma deselegante atacou os adversários e ironizou as chances do
PP, da senadora Ana Amélia Lemos, na disputa para o Piratini. O que o senador
tem que explicar é os seus gastos pagos pelo povo com o tratamento do seu
"teclado". Não vejo "maldade" nenhuma da imprensa como ele mesmo
afirmou no episódio do tratamento dentário.
"Eu tenho
84 anos e não tenho nada no bolso. Me chamar de boca de ouro é uma maldade".
É tudo uma questão de opção. Fosse ele um mensaleiro estaria com o dinheiro.
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