domingo, 7 de abril de 2013

A BARATINHA DA RODOVIÁRIA
Minha rotina mudou depois que passei a morar um pouco aqui e outro pouco em Porto Alegre, por dever de ofício. Pelo menos uma ou duas vezes por mês sou obrigado a comparecer á rodoviária da capital, comprar a passagem e embarcar rumo a Erechim.
Semana passa foi a primeira viagem. Enquanto esperava o horário de embarque, eis que surge debaixo do banco onde estava sentado uma baratinha. Sem qualquer constrangimento e sem muita pressa ela começou a passear pelo piso da estação rodoviária, desviando dos pedestres com a maior tranquilidade, sem medo de ser pisoteada por um passante. Foi até a metade do caminho e resolveu retornar.
Uma senhora que estava sentada a meu lado arrepiou-se quando viu a baratinha e expressou: "que nojo!"
Ela era da espécie mais conhecida, da família das baratas americanas, que mede cerca de 30 milímetros de comprimento.
Proliferam naquele local porque há muitos restaurantes e lancharias, e elas, por sua vez, adoram lugares principalmente onde exista a sujeira e a imundície.
Entre os principais problemas que as baratas podem ocasionar aos seres humanos está a atuação delas como vetores mecânicos de diveras bactérias, fungos, protozoários, vermes e vírus. As baratas domésticas são responsáveis pela transmissão de várias  doenças, através das patas e fezes  pelos locais onde passam. Por isso são consideradas perigosas para a saúde de seres humanos, e é preciso combatê-las.
Além da espécie americana, existe a barata alemã, a barata asiática, com cerca de 15 milímetros de comprimento  e a barata Oriental, com 25 milímetros , é maior de todas.
Existentes há mais de 300 milhões de anos, as baratas já somam cerca de 5.000 espécies no mundo. Em geral são de coloração parda, marrom ou negra e espécies coloridas. Nas zonas tropicais, predominam as de cor marrom avermelhada, além das cores verde e amarela.
Sua alimentação é variada. As baratas são insetos onívoros, ou seja, comem qualquer coisa, tendo principal atração por doces, alimentos gordurosos e de origem animal. Uma curiosidade é que podem viver uma semana sem beber água e até um mês sem comer. Conseguem perceber o perigo através de mudanças na corrente do ar à sua volta. Elas possuem pequenos pelos nas costas que funcionam como sensores, informando a hora de correr.
Gostam de lugares quentes e úmidos. Seus inimigos naturais são as lagartixas, bactérias, formigas, vermes, fungos, protozoários, ácaros, aranhas, besouros, escorpiões e vertebrados.
Como não havia no local nenhum  desses predadores o único risco para a baratinha da rodoviária era que um transeunte pisasse sobre ela, o que não ocorreu, apesar de ter se exposto a esse perigo.
Conversa de passageiro
É interessante que, quando se está sozinho, sem ter alguém para conversar, ficamos observando tudo o que acontece ao nosso derredor. Não é assim? Pois bem, no interior do ônibus em que viajava no banco da minha frente, sentou-se uma mulher. Nem bem partimos o celular tocou. O diálogo durou cerca de quinze minutos. Tem gente que não se flagra e fala em tom de voz alto para todo o ônibus ouvir. A conversa era o porquê o marido não telefonara para o filho no domingo de Páscoa.
- Ele prefere os amigos do que telefonar para o filho!
"Quando eu chegar, ele vai se ajustar comigo" - dizia a mulher agressiva.
Os passageiros se entreolhavam e sorriam.
É a segunda vez que, estando eu, no interior de um ônibus, presencio cena com o esta. Há pessoas que não têm o senso do ridículo permitindo que outras façam delas motivo de chacota e gozação. Esta foi uma delas.

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