Comemora-se neste dia 16 de dezembro, o Dia do Reservista, data do nascimento do poeta Olavo
Braz Martins dos Guimarães Bilac, grande propugnador do Serviço Militar ao
empreender campanha nacional para divulgar os valores morais e cívicos para a
juventude brasileira, valendo-se de seus poemas, discursos e da letra do Hino à
Bandeira.Todos os anos as Forças Armadas recebem milhares de jovens, para completarem
seus quadros e, em um esforço conjunto, adestrarem-se para as diversas situações,
levando em consideração as melhores aptidões e talentos dos cidadãos alistados
para o Serviço Militar obrigatório.
De
acordo com nossa Constituição e a Lei do Serviço Militar, nenhum brasileiro
exercerá plenamente sua cidadania caso não esteja em dia com as obrigações
militares.
Assim,
todo cidadão, de dezenove a quarenta e cinco anos de idade, quite com essas
obrigações, poderá requisitar passaporte ou carteira profissional, assumir
cargo federal, estadual ou municipal, assim como se inscrever em concursos ou
se matricular em qualquer escola.
O
reservista, nos primeiros cinco anos, após o seu licenciamento, participa dos
Exercícios de Apresentação da Reserva nas Juntas de Serviço Militar ou
Repartições Consulares do Brasil, no período de 9 a 16 de dezembro.
Enquanto
fazia o introito deste comentário, lembrava-me do meu tempo de quartel. Fui
convocado para o serviço militar em 1955 para servir em Alegrete, na fronteira Oeste
do nosso Estado e lá permaneci exatamente um ano. Realizei concurso para Cabo,
fui promovido e licenciado (militarmente se diz excluído) por tempo de serviço
apto a promoção a terceiro sargento. Poderia ter, se quisesse, engajado e
seguido a carreira militar, mas a saudade de casa bateu mais forte.
Guardo muitas lembranças dessa época do velho
6º RC (Regimento de Cavalaria). Era nosso comandante o coronel Homero Lydneir,
sub-comandante major Carpena, Comandante do Esquadrão de Comando e Serviço,
capitão Garcia, Comandavam o Pelotão, os primeiro tenentes Porto e Proença, aspirante
à oficial, Prates, Sargenteante 1º Sgtº. Acosta, muito
disciplinador; e instrutor do Pelotão de Comunicações, os 3ºs Sargentos Nercy e
Carlos. Como companheiros lembro alguns: o Nini Gressana, Bruzamarello, Paulo
de Moura, Meca, Orozimbo, Smaniotto, Marangoni, Darley Nora, Tiáça, Elmar,
Rogóski, Capello, Kotliarenco, Argenta (motorista do comandante), e tantos
outros bons amigos e camaradas. O tempo passou rápido. Talvez alguns dos que
citei já tenham nos deixado, pois não os vejo a muitos anos. Meu preito de
saudade a todos eles. Se me perguntassem qual a maior emoção sentida durante o
período vivido na caserna diria: o juramento à Bandeira na praça central de
Alegrete com todo o Regimento e minha promoção a cabo. O quartel
é uma excelente escola.
Todo
homem deveria passar pela vida militar. Pergunte a qualquer pessoa que tenha
servido e constatará que mais de 90% delas vão dizer que valeu cada minuto
vivido no quartel. O ano que alguém passa no quartel é inesquecível na a vida
da gente, pois as lembranças boas superam em muito as más recordações. O ano
ali passado é investimento na vida e não tempo perdido! O jovem que serve as
Forças Armadas adquire maior potencial e competência (física e moral) para enfrentar
as dificuldades da vida adulta. Toda a disciplina, as regras, o internato e os
exercícios duros servem para desafiar o jovem a superar os seus próprios
limites; com isso adquire confiança em si mesmo e aprende que, sozinho, pode
fazer muito mais do que imaginava. As coisas que ali se aprendem não se limitam
aos assuntos puramente militares; aprende-se a viver e sobreviver com
dignidade, a superar obstáculos, a encarar as pessoas e situações de peito
erguido, a ter respeito e ser respeitado, ensinamentos que interessam a todos e
que serão aplicados ao longo de nossas vidas, na profissão que for e em todo
lugar. Se pudesse voltar hoje ao quartel, mesmo com meus quase 79 anos
voltaria.
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