quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

APAGAR A HISTÓRIA COM DERRUBADA DE MONUMENTO É RETROCESSO

O prefeito de Taquairi, Emanuel Hassen, do PT,  conhecido como Manéco, que mandou destruir o busto de bronze em homenagem ao ex-presidente Costa e Silva pode ser condenado a indenizar o Município e até perder o mandato, de acordo com a lei da desafetação. O que diz essa lei?
Baseado no que diz o Código Civil, os rios, mares, estradas, ruas e praças, incluindo os monumentos históricos, estátuas são considerados bens públicos de uso comum do povo. Para alterar a destinação, uso privado ou destruí-los é preciso Lei específica, chamada Lei  de Desafetação. No caso de Taquari se a estátua foi destruída sem autorização legal, o prefeito pode ser condenado a indenizar, e se agiu para satisfazer sentimento pessoal, violou o princípio da impessoalidade que é básico na administração pública, o que é motivo para processo por improbidade administrativa.
As informações que nos chegam de Taquari salientam que a Câmara Municipal não foi consultada, foi apanhada de surpresa, como toda a população, e agora vai buscar na Justiça a apuração das responsabilidades.
Após esse ato de insanidade da administração taquariense instalou-se na cidade um ambiente de revolta, indignação e falta de respeito com seu filho ilustre, mesmo que tenha sido um dos presidente da República no período da revolução de 64. Taquari se hoje tem acesso asfáltico com mais de 10 quilômetros de extensão, deve-se a Costa e Silva, sem contar com outras obras como a principal indústria local que mantém centenas de empregos. Foi com o aval e subsídios que ele garantiu durante seu governo, bem como, a própria estação rodoviária que foi possível essas importantes obras.
Para a derrubada do busto do ex-presidente construído em 1976 foi utilizada uma retro escavadeira do município. Foi uma cena deplorável, para quem assistiu pela televisão. Lembrou-me o momento em que, na Rússia, igualmente houve a derrubada da estátua de Josef Stalin, ditador dos soviéticos em sua cidade natal, Gori, na praça central em 1950. A cena foi igual. A justificativa foi baseada na divulgação do relatório da CNV - Comissão Nacional da Verdade, onde em certa altura diz que "as atrocidades" cometidas pelo ex-presidente não merecem homenagem".
Diante desse fato lamentável não se surpreendam se outro prefeito megalomaníaco não vier a praticar ato semelhante. Agora virou moda querer apagar a história com vandalismo dessa ordem. Em Porto Alegre, não faz muito, o vereador Pedro Ruas (PSol) teve aprovado projeto de lei que mudou o nome da av. Castelo Branco, para Av. da Legalidade, outra demência de alguém que deveria se preocupar mais com a segurança dos porto-alegrenses.
Errou o prefeito de Taquari? Se errou deve ser processado baseado na Lei da Desafetação.

Vale lembrar ainda, que Getúlio Vargas, considerado o maior estadista brasileiro, foi um ditador terrível. Foi ele que entregou Olga Benário, mulher de Luís Carlos Pestes para Hitler que mandou matá-la nas câmaras de gás, e nem por isso suas cartas testamento, bustos, monumentos e nomes de ruas e avenidas foram retirados ou apagados. Acho que atitudes como a do prefeito de Itaqui só servem para subverter e incentivar a desordem. Seja de quem for as estátuas elas devem permanecer. É um atraso quem quer apagar a história com atos de vandalismo como praticou o prefeito de Itaqui. Se é para fazer valer o que diz o relatório da Comissão da Verdade, pois que se limpem as praças e se substituam os nomes de ruas de todos aqueles que estiveram envolvidos com governos ditatoriais e/ou praticaram atos de violência contra os direitos humanos. Afinal, a geração atual e as futuras precisam conhecer quem fez história neste país.

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