sábado, 20 de setembro de 2014

SIGA EM FRENTE A VIDA CONTINUA

O rádio local perde um de seus mais populares atores. Morreu na cidade de Passo Fundo para onde havia se transferido com sua esposa Nilza, para conviver mais de perto com suas filhas, Jovino Alves Martins. Ele foi vítima de complicações cardíacas, no Hospital São Vicente de Paulo, no dia das comemorações do 20 de setembro.
Jovino além de palhaço de circo que distribuía alegria ao "respeitável público", era a alegria em pessoa. Nunca vi o velho companheiro triste, por mais que a vida não lhe fosse generosa. Convivi com Jovino, no meu tempo de rádio Erechim , por vários anos. Aliás, quando ele chegou a Erechim procedente da Rádio Salete de Marcelino Ramos, eu era operador de som e ele viera contratado para ser locutor.
Uma de suas características era a humildade. Nascido em Marcelino Ramos no seio de família simples e modesta, nunca subiu-lhe a cabeça a fama de ser um radialista popular e conhecido por milhares de ouvintes, que o prestigiavam todas as manhãs antes do dia nascer.
"Levanta", dizia ele, "é hora de acordar". E as suas brincadeiras!? Todos apreciavam o seu jeito de ser.
Na época da TV-Erechim, antes de ser RBS, Jovino teve destacada atuação em programação de calouros revelando vários talentos, entre eles Os Crazy Boys.
Ainda na Rádio Erechim foi apresentador de programas com Gildinho, uma das maiores expressões da nossa música regionalista. Era um radialista polivalente, como, aliás são os profissionais do rádio do nosso interior. Jovino encerrou suas atividades após alguns anos de atuação na Rádio Difusão.
Como cidadão e esposo deixa-nos também um belo exemplo. Casado com D. Nilza (como ele mesmo dizia, sua eterna namorada) teve três filhos: Jony, Janice Mara e Greici Mara que lhe deram três netos e um bisneto.
Perder um ente querido significa um dos momentos mais difíceis da vida humana. A dor da separação daqueles que amamos pode ser definida de várias formas. Só que ela não pode ser evitada, mas a maneira de encarar a situação e a compreensão de que a morte não existe pode ajudar as pessoas a passarem por esses momentos dolorosos.
A crença na vida após a morte e que a separação é passageira, diante da eternidade, é que nos traz um grande consolo no momento da partida daquele que amamos.
Amado Nervo é que dizia: "Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós".
Para concluir, e em homenagem ao amigo Jovino digo com as palavras de Santo Agostinho:

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

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