O governador Tarso Genro é um homem
inteligente e dono de um extenso currículo que o credencia para ocupar qualquer
cargo público. Pena que está em partido errado. Chamou-me atenção uma
entrevista de sua excelência terça-feira no programa Debate, da TV-Pampa
durante a entrevista que concedeu ao jornalista Paulo Pinto tratando de vários
assuntos. Quando liguei a televisão a entrevista já estava em andamento. Pude
assistir os últimos 25 minutos. Os assuntos tratados foram vários, inclusive
sobre as providências que o governo vem tomando para amenizar o sofrimento das
famílias que foram atingidas pelas enchentes nas Regiões Norte, Nordeste e
Sudoeste do Estado; a recuperação das estradas, a falta de mais policiamento
com o aumento do efetivo da Brigada Militar etc.
Mas, a medida que a entrevista seguia,
comecei a ter minha atenção desviada para um cacoete verbal do governador,
fazendo com que minha concentração se voltasse para um vício vocal que ele
utiliza, além de uma fala afetada que o torna arrogante, prepotente e sem
graça. Aliás, alguém tem que avisá-lo que quando chegar o horário da propaganda
gratuita, que antecede ás próximas eleições, especialmente durante os debates, ele
deve tomar o cuidado de procurar evitar o cacoete "né".
Além de irritante, tira a atenção do
telespectador pelo uso exagerado do "né". É uma chatice ouvi-lo a
cada final de frase pronunciar, "né".
No momento em que percebi que essa
palavra estava me incomodando auditivamente, comecei a anotar toda vez que o
governador a pronunciava. Pois, durante os 25 minutos que permaneceu diante do
vídeo ele disse 93 vezes o "né", ou seja, 3,72 vezes por minutos. É
muito "né"!
E o pior é que a pessoa não se dá conta.
Mas, não é só o governador que tem esse vício verbal, há também locutores de
rádio e um político muito conhecido em nossa cidade que quando fala, a cada
final de frase, lá vem o "né".
Há outros cacoetes verbais, por exemplo:
"ta", "ta legal", "viu", "entende",
"sabe?", ou "veja bem". Uma outra palavra usada é a
"evidentemente".
O prefeito de Porto Alegre, José
Fortunati, usa muito o "obviamente". Esse vício torna a fala
cansativa e prolixa. Outros vícios linguísticos são as expressões
"hahan" "quer dizer", "praticamente",
"então", "dai" e agora, mais recentemente, "com
certeza".
Outros
exemplos de vícios verbais:
exemplo clássico é o famoso "subir para cima" ou o "descer para
baixo". Mas há outros, como: - elo de ligação - acabamento final - certeza
absoluta - quantia exata - nos dias 8, 9 e 10, inclusive - juntamente com -
expressamente proibido - em duas metades iguais - sintomas indicativos - há
anos atrás - vereador da cidade - outra alternativa - detalhes minuciosos - a
razão é porque - anexo junto à carta - de sua livre escolha - superávit
positivo - todos foram unânimes - conviver junto - fato real - encarar de
frente - multidão de pessoas - amanhecer o dia - criação nova - retornar de
novo - empréstimo temporário - surpresa inesperada - escolha opcional -
planejar antecipadamente - abertura inaugural - continua a permanecer - a
última versão definitiva - possivelmente poderá ocorrer - comparecer em pessoa
- gritar bem alto - propriedade característica - demasiadamente excessivo - a
seu critério pessoal - exceder em muito Note que todas essas repetições são
dispensáveis. Por exemplo, "surpresa inesperada". Existe alguma
surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia. Verifique se não está caindo nesta armadilha.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia. Verifique se não está caindo nesta armadilha.
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