A nossa Brigada Militar, por mais que a
respeitemos e exaltemos os relevantes serviços que presta à comunidade, ou seja, prender bandidos, perseguir
assaltantes, apoiar socialmente boas iniciativas etc., como não é uma
Instituição perfeita, as vezes seus integrantes pisam na bola.
Pois, foi o que aconteceu nesta
quinta-feira, 24. Mesmo estando em Porto Alegre, por dever de ofício, passei
por momentos de muita apreensão por culpa de uma ação mal sucedida de um grupo de
policiais militares do 13º BPM local, que açodadamente abordaram meu filho
menor quando adentrava no edifício onde residimos.
Foi muito chocante e desproporcional a
ação dos policiais chefiados por um sargento contra meu filho menor, desarmado
e sem saber a razão da abordagem naquelas circunstâncias. Até metralhadora foi
apontada para o meu guri. A cena, você que está me lendo, pode imaginar:
gritaria, correria, vizinhança assistindo, um verdadeiro fiasco.
Ao ser cientificado da confusão,
imediatamente procurei me inteirar junto ao 13º BPM por telefone, e,
casualmente, o atendente foi o sargento que comandou a malfada operação.
Justificativas apresentadas do ocorrido:
que, momentos antes da abordagem uma Casa Lotérica havia sido assaltada na Av.
Sete de Setembro e que as características físicas, vestimenta etc. coincidiam
com as usadas na ocasião pelo meu filho, que ao final, ficou comprovado não
tinha nada a dever à ação criminosa de alguém que, por estar trajado
semelhantemente a ele, meu filho, praticou o assalto. O Sargento desculpou-se e
tudo ficou esclarecido.
Só que, o vexame público a que foi
submetido meu filho e nossa família não foi reparado. O que, a meu ver, a
Brigada deveria ter feito através do seu comando, ou responsável pelo
policiamento ostensivo da cidade, é noticiar como fazem todas as manhãs as
emissoras locais, os boletins de ocorrência, dando explicações pela
"mancada" na ação vexatória e
espetacular, no início da noite da última quinta-feira.
A abordagem além de desproporcional foi
agressiva, desrespeitosa, violando a integridade física, psíquica e moral do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem da identidade, da autonomia,
dos valores, idéias etc., como, aliás, expressa o Art. 17 do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
O Art. 18 do mesmo Estatuto complementa: É dever de todos velar pela dignidade
da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Pois nada disso foi
respeitado.
Admiro muito a Brigada Militar, conheço
a sua história e sei das suas dificuldades materiais e de pessoal. Talvez,
entre tantas, uma delas seja a preparação dos que são designados com a
responsabilidade de lidar com situações que envolvam público, pessoas,
principalmente quando não se tem certeza de que quem está sendo abordado é, de
fato, um bandido ou assaltante.
Um assaltante de Casa Lotérica não
residiria há duas quadras, tão próximo, portanto, do local do crime. Seria algo
fenomenal, uma novidade em matéria de crime organizado.
De outra parte, só mesmo quem sofre de
miopia poderia confundir o verdadeiro do falso assaltante. Tive acesso a foto
do criminoso. Nem de longe pode ser comparado com meu filho. O assaltante
vestia na ocasião moleton branco com listras, gorro preto, tênis vermelho. Meu
filho vestia moleton cinza claro com casaco de nylon cinza escuro, calça jeans
escura, tênis azul.
A situação da segurança pública está
muito complicada. Quando você não é vítima do ladrão, assaltante, ou criminoso,
é humilhado pelos agentes da lei sem ter a obrigação da culpa.
Aos meus vizinhos e a todos que
assistiram o fiasco público promovido por soldados do 13º BPM quero esclarecer,
já que a Brigada não o faz, que tudo não passou de um lamentável engano
esperando-se não seja mais repetido.
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