A
cidade de Erechim amanheceu de luto nesta segunda-feira. Morreu o ex-prefeito
Aristides Agostinho Zambonato com 93 anos de idade. Ele administrou o município
de 1973 a 1977, foi seu 18º prefeito, vereador por várias legislaturas,
presidente da Câmara; vice-prefeito e era um dos históricos do antigo MDB e
posteriormente PMDB, um político sério, nunca trocou de partido, tendo sido
fiel até os seus últimos dias.
No
currículo de Zambonato consta ter sido ele professor de química, matemática e
até de mecanografia, com destacada passagem pelo Colégio Medianeira e Professor
Mantovani, além de outros.
Deixa
uma larga página de bons serviços prestados a cidade. Como lembrança, deixa-nos
também um livro que escreveu sobre a história de Erechim.
A
vida do professor Zambonato é um exemplo para todos quantos compartilharam da
sua amizade. Por quase toda sua vida repartiu com a comunidade o ideal de
"servir sem servido" de Rotary Internacional. Era um dos mais ativos
e frequentadores das reuniões de seu clube.
Durante
sua administração aconteceram fatos que para os mais antigos são inesquecíveis.
Por exemplo, foi o prefeito que mais sofreu politicamente. Os projetos que
enviava á Câmara de Vereadores eram desaprovados simplesmente porque não
contava com a maioria. O ódio político era tão acirrado na época que o Poder
Legislativo negou-lhe o pedido de licença para atravessar o Rio Uruguai, na
inauguração da histórica ponte que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina
(BR-153). Em face disto não pode comparecer á solenidade porque se por um
descuido colocasse os pés do outro lado do rio, seria passível de perder o seu
mandato.
O
professor e prefeito Zambonato também deixa a recordação de um fato
interessante. Por medida de economia e pela prefeitura não dispor de um veículo
para que o prefeito pudesse acompanhar ás obras de seu governo, fazia a
inspeção montado na garupa de uma lambreta dirigida por um funcionário.
A
vida de Aristides Agostinho Zambonato sempre foi pautada pela honestidade, amor
á família e ao próximo. Por tudo o que realizou em benefício, principalmente,
pela educação de centenas de jovens, pela comunidade erechinense como prefeito,
o Município pranteia sua morte. Fica escrito na história político-administrativa
de Erechim a passagem de um homem como poucos.
O
ex-prefeito também é um dos poucos erechinenses a ter sido condecorado com a
medalha da 52ª legislatura da Assembleia Legislativa
do Rio Grande do Sul. Foi na sua gestão que foi criada a Fundação para a
pesquisa e o ensino superior – FAPES, da qual também fez parte do quadro de
professores.
O prefeito Paulo Polis decretou luto oficial no Município por três
dias com bandeiras hasteadas a meio pau, como homenagem ao ilustre homem
público.
O
professor Zambonato nos deixa, mas fica a recordação do seu legado de honradez,
probidade, chefe de família modelar e querido por todos.
Aristides
Agostinho Zambonato parte, mas deixa saudades.
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