segunda-feira, 16 de junho de 2014

O PREFEITO QUE ADMINISTRAVA COM O CORAÇÃO

A cidade de Erechim amanheceu de luto nesta segunda-feira. Morreu o ex-prefeito Aristides Agostinho Zambonato com 93 anos de idade. Ele administrou o município de 1973 a 1977, foi seu 18º prefeito, vereador por várias legislaturas, presidente da Câmara; vice-prefeito e era um dos históricos do antigo MDB e posteriormente PMDB, um político sério, nunca trocou de partido, tendo sido fiel até os seus últimos dias.
No currículo de Zambonato consta ter sido ele professor de química, matemática e até de mecanografia, com destacada passagem pelo Colégio Medianeira e Professor Mantovani, além de outros.
Deixa uma larga página de bons serviços prestados a cidade. Como lembrança, deixa-nos também um livro que escreveu sobre a história de Erechim.
A vida do professor Zambonato é um exemplo para todos quantos compartilharam da sua amizade. Por quase toda sua vida repartiu com a comunidade o ideal de "servir sem servido" de Rotary Internacional. Era um dos mais ativos e frequentadores das reuniões de seu clube.
Durante sua administração aconteceram fatos que para os mais antigos são inesquecíveis. Por exemplo, foi o prefeito que mais sofreu politicamente. Os projetos que enviava á Câmara de Vereadores eram desaprovados simplesmente porque não contava com a maioria. O ódio político era tão acirrado na época que o Poder Legislativo negou-lhe o pedido de licença para atravessar o Rio Uruguai, na inauguração da histórica ponte que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina (BR-153). Em face disto não pode comparecer á solenidade porque se por um descuido colocasse os pés do outro lado do rio, seria passível de perder o seu mandato.
O professor e prefeito Zambonato também deixa a recordação de um fato interessante. Por medida de economia e pela prefeitura não dispor de um veículo para que o prefeito pudesse acompanhar ás obras de seu governo, fazia a inspeção montado na garupa de uma lambreta dirigida por um funcionário.
A vida de Aristides Agostinho Zambonato sempre foi pautada pela honestidade, amor á família e ao próximo. Por tudo o que realizou em benefício, principalmente, pela educação de centenas de jovens, pela comunidade erechinense como prefeito, o Município pranteia sua morte. Fica escrito na história político-administrativa de Erechim a passagem de um homem como poucos.
O ex-prefeito também é um dos poucos erechinenses a ter sido condecorado com a medalha da 52ª legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Foi na sua gestão que foi criada a Fundação para a pesquisa e o ensino superior – FAPES, da qual também fez parte do quadro de professores.
O prefeito Paulo Polis decretou luto oficial no Município por três dias com bandeiras hasteadas a meio pau, como homenagem ao ilustre homem público.
O professor Zambonato nos deixa, mas fica a recordação do seu legado de honradez, probidade, chefe de família modelar e querido por todos.
Aristides Agostinho Zambonato parte, mas deixa saudades. 

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