Os leitores devem estar lembrados. Dias
atrás escrevi nesta coluna apontando a venda de cargos legislativos, prática
que se tornou comum nos legislativos brasileiros, Senado, Câmara Federal, Assembleias
Legislativas e Câmaras de Vereadores. Portanto não é novidade.
Um dos fatos mais comentados e que
envolveu a Assembleia Legislativa gaúcha foi de uma ex-servidora, que volta ás
páginas da imprensa.
A investigação promovida pelo Ministério
Público comprovou que a servidora além de descumprir a jornada de trabalho,
tinha a efetividade atestada por superiores e repassava valores ao deputado. Em
face disso, o MP encaminhou à Justiça ação de improbidade depois de apurar
suposto esquema de pagamento por funções gratificadas.
O fato da servidora passear com seu
cachorrinho durante horário de expediente na Praça da Matriz, foi o que chamou
a atenção para uma investigação. E não deu outra. A mulher estava enrolada no
suposto esquema de pagamento por funções gratificadas. O nome dela é Lídia Rosa
Schons.
O que vai acontecer agora. O Ministério
Público está movendo uma ação de improbidade contra quatro pessoas envolvidas,
entre elas está o ex-deputado Paulo Azeredo (PDT), onde a servidora prestava
serviço como atendente, o seu ex-chefe de gabinete e outra servidora com Cargo
em Comissão na bancada do partido.
Lidia e sua colega da bancada são
acusadas de enriquecimento ilícito. Na ação o MP pede a devolução de R$ 81 mil,
valor atualizado do que foi pago a Lídia sem ela ter trabalhado.
Essa senhora, Lidia, fez repasses da sua
conta bancária para a de Miguelina em 2011. Ingressou no parlamento como
servente e tem Ensino Fundamental completo, substituiu Miguelina, socióloga,
durante um período de licença-prêmio naquele ano.
Outra malandragem é a de que FGs são negociadas com o objetivo
de que as pessoas garantam tempo suficiente para incorporá-las na
aposentadoria. Em contrapartida, devolvem parte da gratificação para a pessoa
que as indicou ou concedeu a função. A quebra de sigilo bancário ainda mostrou
que, enquanto a servidora esteve lotada no gabinete de Azeredo, depois de
receber salário, fazia saques de altos valores. Para o MP, isso significa que
ela repassava parte dos ganhos para "terceira pessoa", a exemplo do
que já ocorrera no caso de Miguelina. Lídia vivia modicamente, uma pessoa sem
patrimônio e com hábitos modestos, até no modo de vestir. Tudo indica que
sacava e repassava a maior parte dos valores que recebia – diz a promotora que
comandou a investigação, Martha Weiss Jung.
Conforme a ação, Azeredo e Heck
praticaram atos de improbidade por terem atestado 100% da efetividade de Lídia
sem que ela cumprisse todo o expediente.
O que diz Paulo Azeredo, atual prefeito
de Montenegro?
"Ela cumpria as oito horas, até
mais, como todos funcionários. Um assessor de parlamentar trabalha muitas vezes
em horários e turnos diversos. Ela fazia trabalho interno e externo. No momento
em que foi feita a tomada de imagens, em parte ela estava de férias. Mesmo em férias
ela ia trabalhar. Os meus funcionários trabalhavam oito horas ou até
mais."
Alguém acredita nisso?
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