A frase, aliás, a última, de Eduardo
Campos em rede para todo o Brasil, através do Jornal Nacional da Globo na série
de entrevistas com os presidenciáveis
foi: "Não esqueçam do Brasil".
A notícia do seu trágico desaparecimento
chocou o Brasil inteiro. O avião que o levava para um encontro político em
Santos-SP, teve problemas e caiu em cima de residências matando todos os
ocupantes.
Além de Eduardo Campos, morreram os
assessores Pedro Valadares Neto, advogado, ex-deputado federal por três vezes e
secretário de estado e Carlos Percol; Alexandre Severo, fotógrafo
oficial da campanha e Marcelo Lyra, cinegrafista da campanha além do
piloto e copiloto, Marcos Martins e Geraldo da Cunha. A aeronave
enfrentava mau tempo e, quando se preparava para o pouso, arremeteu e em
seguida caiu sobre uma academia e outros prédios.
Em síntese, estes os fatos que
determinaram a lamentável tragédia que tirou da vida pública um político sério
e que aspirava chegar, nos seus 49 anos de idade, à presidência da República. Não
é porque Eduardo Campos tenha morrido de forma tão funesta e fatídica que vamos
enaltecer as suas qualidades. Não. Ele era, de fato, um grande brasileiro e um
político como poucos. O que não se pode tolerar numa hora como esta é o cinismo
de alguns que, mau grado o infausto acontecimento, vem a público para dizer das
qualidades do ilustre morto, lamentar a sua morte, solidarizar-se com os
familiares e derramar lágrimas de crocodilo.
O jornalista Augusto Nunes, da revista
Veja, comentando o fato da morte de Eduardo Campos, disse em um minuto, tudo o
que eu desejaria dizer: "Em março deste ano em uma conversa com empresários, Lula se referiu ao candidato do
PSB à presidência, Eduardo Campos, da seguinte maneira: a minha grande
preocupação é repetir o que aconteceu em 1989, que venha um desconhecido e se
apresente muito bem, jovem, e nós vimos o que deu. Lula estava comparando o
ex-governador pernambucano ao ex-presidente Fernando Collor. Na nota oficial
que divulgou para lamentar a morte de Eduardo Campos, Lula disse o seguinte: O país perde um homem público de rara e
extraordinária qualidade. A grande seita dos sínicos, deveria ao menos
poupar a família de Eduardo Campos do espetáculo do farisaísmo".
Não esqueçam do Brasil, é uma frase
apelo deixada pelo candidato como quem quer dizer: ajudem o nosso país a
crescer, se desenvolver; ajudem o nosso país combater a corrupção; ajudem fazer
as reformas necessárias; às desigualdades sociais... O ex-governador deixa
mulher e cinco filhos. O destino ás vezes é caprichoso. Eduardo Campos deixa a
vida exatamente no dia em que seu avô Miguel Arraes, também faleceu.
Campos tinha um único irmão, Antônio
Campos. Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu no Recife. Completou 49 anos no
domingo passado. No ano em que nasceu seu avô, Miguel Arraes era um dos maiores
nomes da esquerda brasileira e vivia no exílio. Aos 21 anos concluiu o curso de
economia na Universidade Federal de Pernambuco e deu os primeiros passos na
política como presidente do Diretório Acadêmico. Participou da campanha
política do avô eleito para o segundo mandato de governador de Pernambuco em
1986. Eduardo Campos venceu a primeira eleição para deputado estadual em 1990
pelo PSB. Em 1994 foi eleito deputado federal, mas escolheu ficar em Pernambuco
no governo do avô Arraes. Foi reeleito deputado federal em 1998 a 2002. Em 2004
foi nomeado Ministro da Ciência e Tecnologia do primeiro governo Lula. No
cargo, liderou o esforço do país para que a Agência Internacional de Energia
Atômica reconhecesse o programa brasileiro de enriquecimento de urânio. Eduardo
Campos foi eleito presidente nacional do PSB logo depois da morte avô. A partir
daí começou a se destacar como uma liderança na política nacional. Em 2006,
pela primeira vez Campos foi eleito governador de Pernambuco. Em 2010 foi
reeleito e foi um dos governadores mais bem avaliados do Brasil.
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