quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NÃO ESQUEÇAM DO BRASIL


A frase, aliás, a última, de Eduardo Campos em rede para todo o Brasil, através do Jornal Nacional da Globo na série de entrevistas com  os presidenciáveis foi: "Não esqueçam do Brasil".

A notícia do seu trágico desaparecimento chocou o Brasil inteiro. O avião que o levava para um encontro político em Santos-SP, teve problemas e caiu em cima de residências matando todos os ocupantes.

Além de Eduardo Campos, morreram os assessores Pedro Valadares Neto, advogado, ex-deputado federal por três vezes e secretário de estado e Carlos Percol; Alexandre Severo, fotógrafo oficial da campanha e Marcelo Lyra, cinegrafista da campanha além do piloto e copiloto, Marcos Martins e Geraldo da Cunha. A aeronave enfrentava mau tempo e, quando se preparava para o pouso, arremeteu e em seguida caiu sobre uma academia e outros prédios.

Em síntese, estes os fatos que determinaram a lamentável tragédia que tirou da vida pública um político sério e que aspirava chegar, nos seus 49 anos de idade, à presidência da República. Não é porque Eduardo Campos tenha morrido de forma tão funesta e fatídica que vamos enaltecer as suas qualidades. Não. Ele era, de fato, um grande brasileiro e um político como poucos. O que não se pode tolerar numa hora como esta é o cinismo de alguns que, mau grado o infausto acontecimento, vem a público para dizer das qualidades do ilustre morto, lamentar a sua morte, solidarizar-se com os familiares e derramar lágrimas de crocodilo.

O jornalista Augusto Nunes, da revista Veja, comentando o fato da morte de Eduardo Campos, disse em um minuto, tudo o que eu desejaria dizer: "Em março deste ano em uma conversa com  empresários, Lula se referiu ao candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, da seguinte maneira: a minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989, que venha um desconhecido e se apresente muito bem, jovem, e nós vimos o que deu. Lula estava comparando o ex-governador pernambucano ao ex-presidente Fernando Collor. Na nota oficial que divulgou para lamentar a morte de Eduardo Campos, Lula disse o seguinte: O país perde um homem público de rara e extraordinária qualidade. A grande seita dos sínicos, deveria ao menos poupar a família de Eduardo Campos do espetáculo do farisaísmo".

Não esqueçam do Brasil, é uma frase apelo deixada pelo candidato como quem quer dizer: ajudem o nosso país a crescer, se desenvolver; ajudem o nosso país combater a corrupção; ajudem fazer as reformas necessárias; às desigualdades sociais... O ex-governador deixa mulher e cinco filhos. O destino ás vezes é caprichoso. Eduardo Campos deixa a vida exatamente no dia em que seu avô Miguel Arraes, também faleceu.

Campos tinha um único irmão, Antônio Campos. Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu no Recife. Completou 49 anos no domingo passado. No ano em que nasceu seu avô, Miguel Arraes era um dos maiores nomes da esquerda brasileira e vivia no exílio. Aos 21 anos concluiu o curso de economia na Universidade Federal de Pernambuco e deu os primeiros passos na política como presidente do Diretório Acadêmico. Participou da campanha política do avô eleito para o segundo mandato de governador de Pernambuco em 1986. Eduardo Campos venceu a primeira eleição para deputado estadual em 1990 pelo PSB. Em 1994 foi eleito deputado federal, mas escolheu ficar em Pernambuco no governo do avô Arraes. Foi reeleito deputado federal em 1998 a 2002. Em 2004 foi nomeado Ministro da Ciência e Tecnologia do primeiro governo Lula. No cargo, liderou o esforço do país para que a Agência Internacional de Energia Atômica reconhecesse o programa brasileiro de enriquecimento de urânio. Eduardo Campos foi eleito presidente nacional do PSB logo depois da morte avô. A partir daí começou a se destacar como uma liderança na política nacional. Em 2006, pela primeira vez Campos foi eleito governador de Pernambuco. Em 2010 foi reeleito e foi um dos governadores mais bem avaliados do Brasil.

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